terça-feira, 29 de março de 2011

O QUE ELES FARIAM NO PODER

Os chefes dos grupos e partidos islamistas com maiores chances de chegar ao poder no Oriente Médio desfrutam no Ocidente a falsa fama de democratas e moderados. O que eles dizem sobre os direitos das mulheres, o terrorismo, Israel e seus planos expansionistas mostra quem são de verdade.
Os protestos que estão derrubando ou balançando as ditaduras do Oriente Médio não foram planejados pelos fundamentalistas islâmicos, mas eles não podeiam esperar oportunidade melhor para os seus desígnios. Há muito os mentores do jihadismo tentam desestabilizar os regimes que, com mão de ferro, os mantinham sob controle. Agora, preparam-se para dar o bote. A ascensão dos fundamentalistas ao poder pode se dar de duas formas: onde houver caos, como na Líbia, tentarão ocupar o vácuo de poder à força; onde houver transição política com eleições, como está prometido no Egito e na Tunísia, farão uso dos instrumentos da democracia para cumprir sua agenda liberticida. Vendem-se como democratas, reformistas e modernos. O discurso é outro quando falam em árabe e se dirigem aos seus conterrâneos.
O egípcio Yusuf al Qadarawi, um dos líderes da Irmandade Muçulmana, disse em um programa da rede de TV Al Jazira, que "os muçulmanos deveriam ter armas nucelares para 'aterrorizar seus inimigos' " - leia-se o Ocidente. Adota a postura de médico ou de monstro, conforme a platéia. Seu negócio é pregar a jihar às massas islâmicas via satélite, no programa Sharia e Vida. Qaradawi disse também que 'Adolf Hitler apenas cumpria um desejo divino quando ordenou o aniquilamento de judeus durante a II Guerra Mundial.' Ou seja, o homem que está sendo saudado como um democrata apto a conduzir os islamistas ao poder no Egito e, na verdade, um defensor de genocídios. Sua meta política: instalar um estado regido pela lei islâmica. Um outro, Hassan al Banna, diz "O Islã deve impor sua lei sobre todas as nações e estender seu poder sobre o mundo". Morreu em 1949. Seus seguidores, agora, estão prontos para passar da palavra à ação. Os jovens que clamaram por democracia nas ruas do Egito, da Tunísia e de outras nações árabes são úteis aos planos fundamentalistas apenas enquanto houver um governo para ser derrutado.
Fomte: Revista VEJA 02 março 2011. p. 96-97

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